Acostumando com a solidão

Segunda feira, já vai dar 23 horas.

 Acabei de desligar a televisão e o celular. Estava conversando com a minha amiga que me pedia pra matar aula na casa dela. Frio na barriga. Não costumo fazer isso. Ao contrário dela, que já é acostumada e quase perdeu o ano por tantas faltas.  Topei,  e seja o que Deus quiser.

 Ultimamente me sinto tão sozinha. Antes eu via ela todo santo dia, e hoje é uma ou duas vezes por mês. Antes compartilhávamos cada segundo do dia anterior, e hoje já nem sei o que se passa na vida dela, as histórias loucas que ela costumava me contar, nada. É estranho viver  sem isso, mas acho que estou começando a me acostumar. Acostumar com a solidão. Com a falta de um amigo do meu lado. Tudo bem, eu supero. Até porque, creio que tudo tem seu tempo [...]

 Creio que daqui a 3 anos, eu vou estar em um outro estado. Um estado do nordeste de preferência. Quero fazer minha faculdade por lá. Lá é o meu lugar.

 Creio, que daqui a 3 anos, eu ainda vou estar viva e vou dizer: CHEGA. CHEGA DO INTERIOR DE SÃO PAULO. Esse lugar não me faz bem, as pessoas daqui não me fazem bem. E é estranho porque eu nasci aqui, e me sinto uma pessoa de fora, como que se tivesse acabado de chegar e não conhece-se ninguém. Ninguém.

 Eu peço: Deus me ajude. Se tu existe me tire dessa, me devolva minha amiga, me traga novas alegrias. Me ajude, por favor. Eu só tenho você.

 Eu me sinto triste. Estou sem fé, e sinto por estar assim.

 Mas daqui a 3 anos, eu vou pra outro lugar, e vou conhecer outras pessoas. Um intercambio talvez. Meu pai quer seriamente que eu faça isso, pena que eu sou uma negação em inglês. Mas até lá, quem sabe.

Quem sabe se eu não já vou ta melhorando no inglês? Quem sabe se não vai ter nenhum namorado me segurando aqui? Quem sabe eu não ganhe outras oportunidades? Quem sabe o que pode acontecer? Quem sabe?